April fools
Sempre adorei o dia 1 de Abril, sempre.
Era aquele dia em que eu contava as mentiras mais irrisórias de sempre e que ninguém acreditava. Porque, sejamos sinceros, eu nunca tive jeito para mentir.
No entanto, com o passar do tempo, o dia começou a ser como os restantes dias do ano, um dia normal. Comecei a não compreender o porque de terem arranjado um dia para contar mentiras, como se nos restantes dias do ano já não o fizessem por norma e sobre temas realmente importantes. Pergunto-me: não será o dia de hoje seja mais um dia para se contar mentiras sem se ter consciência pesada no final?
A verdade é que à dois anos atrás, neste preciso dia, eu estava a fazer o exame de código. Quando escolhi o dia, nem sequer me apercebi da data que foi e depois até tentei mudar, até que me convenceram a não o fazer. Não me arrependo. Passei. Lembro-me de me mandarem mensagem a perguntar o resultado e eu disse logo que sim, que tinha conseguido. E a resposta imediata foi: hoje é dia 1 de abril. Estás a mentir, claro. Não estava, é claro. E tive logo a minha primeira aula de condução nesse dia.
A partir daí, o dia ficou-me sempre lembrado.